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FIO DO MEIO 01

Projeto de dança ‘Brasil sem Ponto Final’ chega a Manaus com espetáculos e oficinas gratuitos

Interpretado pela Cia Gente, escrito e dirigido pelo dramaturgo e antropólogo Paulo Emílio Azevedo as atividades serão no Palácio da Justiça

Manaus é a cidade do Brasil que encerra a apresentação do ato n°2 do projeto “Brasil sem Ponto Final” na região Norte; trata-se do espetáculo “Fio do Meio/Vertigem”. Em cena “o corpo político que dança”, assinado por Paulo Emílio Azevedo, cujo projeto contempla 11 metrópoles brasileiras. Na capital manauara, as apresentações ocorrem nos dias 23 e 24 de setembro, às 19h no Palácio Rio Negro (Av. Sete de Setembro, 1546 – Centro).

Duas apresentações do espetáculo “Vertigem/Fio do Meio” (ato n°.2), mais a realização de uma oficina criativa, anunciam a chegada de “Brasil sem Ponto Final” (BR,) no Estado do Amazonas.

Interpretado pela Cia Gente, do Rio de Janeiro, o espetáculo é desenvolvido em dois atos, iniciando com “Fio do Meio” – vencedor do prêmio FUNARTE de Circulação em Dança -, seguido de “Vertigem” que, este ano, representou o país no Festival D’avignon, na França. Unidos, eles formam o 2° ato do projeto “Brasil sem Ponto Final”, patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura e Governo Federal União e Reconstrução.

O diretor Paulo Emílio Azevedo explica que muitos motivos dão altas expectativas para a apresentação de Manaus, uma grande metrópole. “O estado do Amazonas que eu tenho muito carinho, que eu conheço e que obviamente por ser pessoa que pensou o projeto, não podia deixar de incluir”, disse.

“Nestas duas obras que fazem um apelo muito grande a essa adesão do urbano, dessa relação do caminho, do percorrer, dos conflitos, das identidades, das exclusões, das vulnerabilidades, mas transforma essa densidade numa poética. Então esse é o grande desafio”, completa Paulo.

Em “Fio do Meio”, o criador toma como célula o movimento do esbarrão. A partir dele, observa e provoca uma via de mão dupla: a capacidade de mover corpos e, desse mover abrir espaços de conversação. Dando sequência a proposição de ativar a rua como espaço criativo, sua arquitetura e seu diálogo com as pessoas, “Fio do Meio” extrapola a noção de margem e reconfigura outras relações de geocorporeidade; reterritorializando os usos da cidade, os arteiros produzem repetições oriundas de gestos do urbano para difundir catatonias e narrativas que pleiteiam a visibilidade de tantos outros corpos; tantas das vezes negados, miopizados e varridos.

Já em “Vertigem”, adota-se um diálogo intenso e ininterrupto mediado pelos corpo dos intérpretes, cuja proposta expõe a borda, o ruído (também o silêncio), a corda bamba, a respiração ofegante e a embriaguez do gesto.

Desnudado e cru, “Vertigem” persegue uma “labirintite cênica”, sendo o movimento dessa vez guiado por uma atmosfera que não almeja o controle; ao contrário, despreza-o e o desloca em busca do risco, daquilo que ainda não tem nome; mas que por tal recebe, gentilmente, o significado de “política”. Em cena, um “corpo político que dança”, conceito criado e desenvolvido por Paulo, desde a década de 90.

Seja em “Fio do Meio” ou em “Vertigem”, a proposta é executada pela excelência dos intérpretes Pedro Brum, Zulu Gregório e Salasar Junior, e equipe de produção de Paula Lopes, direção técnica de Filipe Itagiba e produção de Flávia Menezes.

Além das sessões do espetáculo, o projeto traz ainda uma preocupação pedagógica na troca de experiências e culturas com o público local. Por conta disso, está prevista a realização da oficina “Corpo-Memória”, ministrada pelo professor Zulu Gregório.

Produção

Quem participa na co-produção local do projeto em Manaus é a Master Cultural. Para Kussuda, produtor da Master, é fundamental para a cidade receber projetos e ações como esta.

“É muito gratificante para nós poder fazer parte de um evento que fomenta a cultura urbana e ainda mais de forma gratuita o que aproxima e inclui cada vez mais pessoas”, finalizou.

Serviço
Cidade: Manaus/AM
○Ações: espetáculo “Vertigem/Fio do Meio” – ato n°2 e Oficina “Corpo-Memória”

Apresentação do espetáculo
Duração: 50min
Data: 23 de setembro (sábado)
Local: Palácio Rio Negro
Av. Sete de Setembro 1546 – Centro, Manaus
Horário: 19h
Classificação: Livre
Lotação: 80 lugares
Ingresso: 1 kg de alimento não perecível.
Duração: 50 minutos

*Após a sessão, haverá um bate-papo com o público sobre o conteúdo apresentado.

Apresentação do espetáculo
Data: 24 de setembro (domingo)
Local: Palácio Rio Negro
Av. Sete de Setembro 1546 – Centro, Manaus
Horário: 19h
Classificação: 14 anos
Lotação: 80 lugares
Ingresso: 1 kg de alimento não perecível.
Duração: 50 minutos

*No domingo haverá, antes da sessão do espetáculo, um resultado expositivo dos alunos da oficina.

Realização da oficina
Datas: 23 e 24 de setembro
Local: Palácio Rio Negro
Classificação: 18 anos
Av. Sete de Setembro 1546 – Centro, Manaus
Horário: 10 às 12h
Lotação: 30
Ingresso: gratuito
Duração: 240 minutos

Inscrições antecipadas (30 vagas)
https://forms.gle/mfjxxFf5fEzDG6H56
Informações: 92 98232-1725

●Sobre o Professor, Pós Doutor em Políticas Sociais e Doutor em Ciências Sociais com especialização em Antropologia do Corpo e Cartografia da Palavra. Criador no campo das artes cênicas, dramaturgo, escritor e consultor na área de Educação e Cultura, cuja pesquisa tem por objetivo refletir sobre outras formas de comunicação aos diversos protagonismos e redes de sociabilidade na sociedade contemporânea. Seu trabalho aparece bem ilustrado pelo processo criativo, conceitual e de gestão; onde tal experiência destaca a capacidade de unir teoria e prática como lugares de conversação, cabendo sublinhar as ações que se desdobram no espaço urbano, na capacitação de estudantes e educadores, na formação de intérpretes/performers/atores e nos trabalhos realizados diretamente com o público juvenil. Recebeu diversos prêmios, entre eles “FOCA” através da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro (2011); “Prêmio FUNARJ de Dança” (2021); “Rumos Educação, Cultura e Arte” (2008/10) através do Instituto Itaú Cultural. Participou como coreógrafo convidado no Festival D’Avignon (2023), bem como palestrante na FLIP Paraty/RJ (2017). Em seguida, integrou o grupo de escritores na Printemps Littéraire Brésilien/Paris Sorbonne Université e, em 2018 representou o país na Journée d’Etudes Cultures, arts et littératures périphériques dans les Amériques: une approche transnationale de la production, la circulation et la r éception em Lyon (França). Quatro conceitos atravessam sua metodologia de trabalho, aquilo que ele denominou de 4D: desequilíbrio, desobediência, desconstrução e deformação. Fundador da Cia Gente (2012) e mentor da Fundação PAZ, plataforma virtual responsável por preservar, difundir e registrar sua propriedade intelectual. Tem vinte e um livros publicados.
Saiba mais em
@cia.gente

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●Sobre a oficina “Corpo Memória”
Gênero/característica principal:
A oficina, de curta duração, propõe, por meio das representações do gesto, da palavra e do movimento, o uso do corpo e da voz como estratégias narrativas, tendo como protagonismo as respectivas biografias dos participantes. Para isso se utiliza da descrição textual, imagética, das atmosferas rítmicas, das cores, dos afetos e, sobretudo, das aberturas que podem ser suscitadas das experiências interpessoais. Experiências costuradas pela presença de um corpo político, um corpo criança, um corpo gente.
Abrangência: comporta um número máximo de 30 alunos, podendo ser realizado em espaços tradicionais (como salas, estúdios), também palcos e ou espaços abertos.

●Sobre o professor Zulu Gregório
Hugo Ferreira Gregorio, o “Zulu” é morador de Duque de Caxias, onde a Baixada é conhecida como cruel. Na sua percepção de currículo, antes de falar de qualquer formação acadêmica, o arteiro valoriza seu percurso enquanto “artista da rua”, haja vista que se trata de uma “matéria” que nunca acaba enquanto criatividade – os seus seis anos levando a sua dança até as estações de trens e metrôs do Rio de Janeiro comprovam isso. Para Zulu essa foi umas das maiores escolas de formação dentro do seu processo. A parte disso, iniciou sua pesquisa em danças afro-diaspóricas em 2014, após ingressar pra o cursos de Bacharelado em Dança na UFRJ. É um dos protagonistas da linguagem desenvolvida pela Cia.Gente, dirigida e criada por Paulo Emílio Azevedo, que nas palavras de Zulu é “onde de fato foi a minha primeira escola da ‘dança contemporânea’ como intérprete-criador”. Participou dos espetáculos “mÓDIO” (2015/16) e “Brutal” (2018/19) e agora mais, recentemente, é parte do elenco de “Fio do Meio, ato n°2” (2023). Agitador cultural, performer e modelo, com participações em diversas campanhas publicitárias e projetos (RedBull, Jamaicaxias etc) e artista convidado do cantor Djonga (2022/23).
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●Saiba +
Depois de haver passado o ato n°1 pela região sul do país (Curitiba/PR e Porto Alegre/RS) e o ato n°2 por Belém e agora Manaus, o projeto segue em outubro para o nordeste brasileiro, nas cidades de São Luís/MA e João Pessoa/PB. Por fim, rumam para Campo Grande/MS e Brasília (Centro-Oeste), além de Vitória, Belo Horizonte e Rio de Janeiro (Sudeste), quando na ocasião haverá a culminância do projeto na cidade sede da Companhia.

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