“TA – Sobre ser Grande” e “Rios Voadores” estão entre espetáculos selecionados no edital
A força da dança contemporânea do Amazonas, representada pela companhia estatal, Corpo de Dança do Amazonas (CDA), ganha destaque nacional pelo terceiro ano consecutivo. Desta vez, o grupo amazonense foi contemplado com o Prêmio Funarte Circulação e Difusão da Dança 2022, concedido pelo Governo Federal. O corpo de dança foi selecionado com os espetáculos “TA – Sobre ser Grande”, de Mário Nascimento, e “Rios Voadores”, de Rosa Antuña.
A premiação, segundo o diretor artístico do CDA, Mário Nascimento, é o resultado de um trabalho multiprofissional que envolve o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), e o talento dos bailarinos.
“Por ser uma companhia estatal, temos o compromisso de dar uma resposta positiva. O prêmio é a repercussão de uma história que, no ano que vem, completa 25 anos de atuação, projetando a dança do Amazonas e, hoje, representando uma das mais importantes companhias do Brasil”, enfatiza Nascimento.
Segundo o edital, o Prêmio Funarte Circulação e Difusão da Dança assume o objetivo de promover a circulação e a difusão de espetáculos de dança, contribuindo para o fortalecimento do segmento artístico. Nos anos anteriores o CDA também foi contemplado pelo Governo Federal: em 2021, “TA – Sobre Ser Grande” recebeu Prêmio Festival Funarte Acessibilidança Virtual, e, em 2020, o espetáculo “Solatium” foi o contemplado na mesma edição de acessibilidade.
Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, o CDA segue uma projeção crescente no cenário nacional, com apresentações nas principais salas de cultura, reconhecimento do público, da crítica e formadores de opinião.
“O Corpo de Dança do Amazonas teve a sua trajetória coroada com uma temporada de apresentações na Semana Paulista e na cidade de Brasília, comprovando que a dança é um elemento transformador, que consegue dialogar com outras mídias, abordar questões ambientais, relembrar os povos originários e outros temas relevantes da cultura”, avalia o secretário.
“É um momento muito positivo para a dança do Amazonas, de fortalecimentos dos corpos artísticos e que, certamente, vai perdurar com futuros projetos”, complementou Marcos Apolo.
Sobre os espetáculos
“TA – Sobre ser Grande”, de Mário Nascimento: “TA” significa Grande para os Tikunas – povo originário do Amazonas, que ocupa uma vasta área. Expressão curta carregada de sentidos, a língua para esses povos é parte deles, os sons do ambiente fazem parte do idioma que se fala, sejam pardos, roncos, chiados e tantos quantos conseguem escutar, define onde vivem como “TA”. Um território que abriga, acolhe, alimenta e precisa também de cuidados. Carrega nos corpos e expressa toda força de um povo que vive nessa amplitude. A trilha sonora é do DJ Marcos Tubarão.
“Rios Voadores”, de Rosa Antuña: “rios voadores” é um termo usado para designar uma gigantesca massa de vapor de água vinda do oceano e somada à transpiração da floresta. O equilíbrio das chuvas em outras regiões do Brasil depende do equilíbrio da Floresta Amazônica e da formação dos rios voadores. Neste espetáculo, a coreógrafa Rosa Antuña busca trazer para a cena a importância da preservação do meio ambiente como ponto crucial para o equilíbrio do planeta.
A mitologia amazônica, além de sua fauna e flora, formam inspiração para a construção da movimentação do trabalho. A trilha sonora original é assinada pelo compositor Makely Ka, que traz para a cena um diálogo com a cultura popular e a música contemporânea.
FOTOS: Michael Dantas/Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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