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Estão querendo me prender porque estou tentando salvar vidas’, diz prefeito David Almeida

O prefeito David Almeida foi enfático ao ser indagado sobre a ação movida pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) que questiona suas decisões durante ações de enfrentamento à pandemia da Covid-19 em Manaus. O gestor afirma que está sendo acusado de peculato por buscar soluções rápidas de reforço às equipes médicas que estão atuando na linha de frente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

 

“Você imaginou ser processado porque está salvando vidas? Os médicos estão trabalhando, cuidando da população. Estão querendo me prender porque estou tentando salvar vidas. Estamos em um momento de pandemia, um momento de guerra. E eu precisava de uma atitude forte, rápida para abrir as UBSs, e assim eu fiz e não me arrependo. São pessoas que estão trabalhando, estão à disposição da secretaria para atender e salvar vidas no combate à Covid-19”, disse o prefeito na manhã desta quinta-feira, 28/1

David Almeida admitiu ter recebido a notícia da ação do MP-AM com surpresa e indignação, pois as medidas tomadas pela Prefeitura têm como objetivo intensificar o combate do novo pico da Covid-19 na capital. Para o prefeito, a instituição cometeu crime de abuso de autoridade e irá entrar com uma representação na Corregedoria da entidade, para que os fatos que levaram a essa decisão sejam apurados.

 

“Acho que o pedido do Ministério Público extrapolou nas suas prerrogativas. Primeira vez que eu vejo alguém contratar médicos para salvar vidas e ser acusado de peculato. Vou representar sim, tenho que me defender, defender meus atos, defender os funcionários e aquilo que não estiver nos conformes, que seja apurado. Eu vou até a corregedoria do próprio Ministério Público para que sejam apuradas as condutas, porque da forma que está, parece que eu ia cometer crimes”, frisou David Almeida.

 

Nomeação

 

Sobre as nomeações dos médicos em cargos comissionados da Prefeitura de Manaus, David Almeida explicou que os dez profissionais da saúde foram contratados no último dia 9 de janeiro para trabalharem na unidade de extensão da UBS Nilton Lins, localizada no bairro Parque da Laranjeiras, zona Centro-sul, que teve uma ala nova inaugurada no dia 12 deste mês.

A decisão de nomeá-los em cargos administrativos foi tomada para agilizar o processo, principalmente de início imediato das funções, visto que fazer um processo seletivo para a contratação duraria de 30 a 60 dias.

“Os médicos mais experientes, que têm idade mais avançada, não estão na frente do combate em função de pertencerem ao grupo de risco. Quem vem atuando são exatamente esses médicos jovens, que estão atendendo à população. Eles começaram a trabalhar desde o dia da inauguração da extensão da UBS. Só que as nomeações começaram a sair a partir do dia 18 de janeiro. Isso é normal. É um ato administrativo”, explicou Almeida ao informar em seguida que devido a pandemia, a Semsa conta com 1.346 servidores afastados, sendo 143 médicos.

 

Funcionamento

Com a chegada dos novos contratados, a Prefeitura de Manaus atendeu, somente nos primeiros 25 dias do mês de janeiro, 156 mil pessoas nas UBSs. Dessa quantidade, cerca de 46% dos pacientes testaram positivo para o novo coronavírus.

O prefeito David Almeida enfatizou que nenhuma unidade de atendimento do município interrompeu as atividades, fato que, segundo ele, causa perplexidade ainda maior, visto a gravidade das acusações realizadas pelo MP-AM.

 

“Todos os serviços de responsabilidade da prefeitura estão funcionando. Estamos trabalhando para salvar vidas. Não tivemos interrupção nos serviços. Enquanto isso tem mais de 600 pessoas esperando por uma vaga em um hospital. Eu não vejo uma manifestação pedindo prisão de ninguém. Pessoas que já morreram por falta de oxigênio, pessoas que no ano passado desviaram recursos da pandemia. Tudo isso, e o comportamento do MP foi totalmente diferente”, finalizou.

 

Texto – Thiago Fernando / Semcom

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