O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a destacar a gravidade de casos de coronavírus em Manaus. Nesta terça-feira, dia 7, a cidade atingiu 21,7 casos para cada 100 mil habitantes.
É o terceiro maior coeficiente de incidência entre as capitais do país.
A situação mais grave é de Fortaleza (CE) com 34,7 casos para cada 100 mil habitantes. Está seguida por São Paulo, que tem 30,6 casos para cada 100 mil.
Mas a capital amazonense tem mais que o dobro da média de incidência nacional, que é de 9 casos para cada 100 mil.
Dos 636 casos registrados no Amazonas, Manaus possui 560 e 19 mortes.
Os números na capital contribuíram para que o Amazonas chegasse à segunda posição no ranking da incidência nacional. Está com 15,1 casos para cada 100 mil, atrás apenas do Distrito Federal com 16,1.
“Nós somos um país de 215 milhões de habitantes. Se eu tivesse em Manaus hoje, estaria extremamente preocupado. Se eu tivesse em Fortaleza, extremamente preocupado. Então, a gente tem dito aqui, em todas as nossas apresentações, atenção cidade tal, cidade tal, vocês são cidades que tão com os números chamando atenção do radar nacional”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante coletiva nesta terça-feira no Palácio do Planalto.
Sem intervenção
O ministro explicou que não haverá na cidade uma espécie de intervenção federal. “O Ministério da Saúde nunca é quem adota o grau de rigidez. A gente olha no sistema, eles pediram nos dê alguns critérios”, explicou.
E prosseguiu:
“Esses critérios são importantes pra população saber, pra eles poderem divulgar esses números nas suas coletivas, pra poderem alimentar o sistema do Ministério. O SUS é um sistema capilarizado na ponta, ele acontece na cidade com o prefeito, com o governador. Não vai ser o ministério que vai falar ‘fecha o bar, fecha o teatro, para o ônibus, não vai no metrô’. Eu posso dar pra eles critérios.”
Leitos
Em entrevista ao jornal O Globo, o secretário de Saúde do Amazonas, Rodrigo Tobias, disse que “teme pelo pior”. Leva em conta que 95% dos leitos disponíveis no Estado já estão ocupados semanas antes do pico de casos do novo coronavírus no Brasil.
O secretário explicou que o Estado possui uma relação de leitos por 10 mil habitantes, muito pequena se comparada à situação do Rio de Janeiro e Distrito Federal.
“É um problema histórico. Se eu juntar com a rede privada, essa relação é de 1,29 leitos de UTI por 10 mil habitantes (a média nacional é de 2,6 leitos/10 mil habitantes). Um segundo ponto é que o número de leitos de UTI não é exclusivo para o novo coronavírus. Temos outras demandas como vítimas de violência, doenças cardíacas, etc. E para tornar tudo ainda mais difícil, temos uma especificidade no Amazonas que é o período das chuvas, em que você tem o aparecimento das síndromes respiratórias agudas”, lamentou.
Classes A e B
Ele apontou que a doença atingiu, principalmente, pessoas das classes A e B.
“Como a gente ainda está na curva ascendente, se o coronavírus pegar as classes menos favorecida economicamente, onde há residências em que moram muitas pessoas, isso pode ser um grande problema”, previu.
FONTE BNC