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Gula ou compulsão alimentar: quando comer se torna um vício

Especialista explica sintomas de cada hábito e riscos à saúde. Dia da gula é celebrado no último domingo de janeiro, dia 26

Se alimentar diariamente é um ato necessário para sustentação e desenvolvimento do corpo humano. No entanto, para algumas pessoas, o prazer de comer passou a ser um fim em si mesmo, o que configura a temida gula. Quem sofre com esse hábito, se frustra quando a refeição não é suculenta e variada o suficiente para atender seus desejos e expectativas criadas para comer além do necessário, o que desvirtua a alimentação. Para chamar atenção, conscientizar e orientar como combater esse mau hábito que pode desencadear outras doenças, o dia da Gula é celebrado no próximo domingo (26).

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A nutricionista do Hapvida Saúde, Renata Vieira, esclarece que muitas pessoas confundem a gula com compulsão alimentar, porém ambas estão diretamente relacionadas. “A gula é comer sem sentir fome ou além da sua capacidade de ingestão alimentar. Já a compulsão, também se come além de sua capacidade, porém esses episódios são frequentes, como de uma a três vezes por semana, além de comer por culpa, ansiedade ou frustração, sendo considerado um transtorno”, afirma.

Desse modo, sair de barriga cheia de uma festa ou jantar especial para esquecer um pouco da dieta indica momentos de gula. O consumo excessivo de alimentos ocasionalmente, no entanto, não pode ser confundido com compulsão alimentar, também conhecido como Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico (TCAP).

Esse transtorno também está presente na vida das pessoas que comem uma quantidade de alimentos muito maior em um curto espaço de tempo e, apesar de ser uma doença psiquiátrica, tem tratamento. Estima-se que no Brasil cerca de 6,5% dos homens e 5,5% das mulheres que apresentam sobrepeso ou obesidade tenham critérios para TCAP.

A especialista explica que no comer compulsivo, existe preferência por alguns tipos de alimentos, em sua maioria são doces e calorias vazias – considerado carboidratos simples. Quando em situações extremas da síndrome, qualquer tipo de alimento passa a ser consumido em excesso.  “Os principais sintomas da compulsão alimentar são a alta ingesta de qualquer alimento, ansiedade, depressão, uso de medicamentos para emagrecer, culpa e exercícios físicos em excesso”, afirma a nutricionista.

Principais hábitos de um guloso compulsivo:

·        Alimenta-se com exagero, mesmo quando não tem fome;

·        Come até ficar desconfortável e até mesmo inquieto;

·        Por vergonha ou embaraço, esconde hábitos alimentares;

·        Esconde comida para episódios de voracidade;

·        Esconde embalagens vazias ou caixas de alimentos e gera lixo em excesso;

·        Come constantemente enquanto houver comida disponível;

·        Come quando está sob pressão ou se sente psicologicamente esgotado;

·        Sente-se subjugado, envergonhado e/ou culpado durante e/ou depois de um episódio de voracidade;

·        Rejeita hábitos alimentares, cuidado com peso, corpo ou aparência;

·        Expressa descontentamento com a aparência, peso e tem baixa autoestima.

Prevenção e tratamento

A nutricionista destaca que a melhor forma de prevenir a compulsão alimentar são os diálogos informativos e a educação alimentar nutricional desde a infância. Os principais riscos associados a compulsão alimentar são depressão, ansiedade, desnutrição, obesidade, bulimia e anorexia.

Entre os profissionais envolvidos no tratamento, estão o psiquiatra, psicólogo, nutricionista e educador físico que, juntos, proporcionam a retomada do bem-estar do guloso compulsivo. Terapias familiares, em grupo, comportamentais ou individuais também costumam ser recomendadas para realização do acompanhamento.

Se você é um daqueles que vivem cometendo o “pecado da gula”, conheça algumas dicas preparadas pela nutricionista Renata Vieira para combater esse vício:

1 – Organize os horários das suas refeições;

2 – Quando chegar em casa, antes de correr para a geladeira, procure descansar alguns minutos e se alimentar em paz;

3 – Inicie suas refeições com saladas. Elas são fontes de fibras e ajudam na sensação de saciedade;

4 – Capriche na apresentação da comida. Isso tornará a alimentação uma atividade mais prazerosa e não apenas mais uma tarefa a ser eliminada da sua lista de obrigações;

5 – Coma sem pressa. A mastigação é uma etapa importante na alimentação, pois é o elo entre o cérebro e o trato gastrointestinal. Mastigando devagar você ficará saciado e garantirá a absorção dos nutrientes;

6 – Procure o auxílio de um nutricionista ou ainda um psicólogo que ajude a repensar sua relação com a comida.

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