As unidades da rede Estadual de Saúde em Manaus registraram na última quinta-feira, 11, a menor taxa de ocupação de leitos de UTI durante a pandemia do novo coronavírus. Após alcançar o pico de ocupação de 96% em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 85% dos leitos clínicos no dia 23 de abril, o levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) mostrou que nessa quinta-feira, 11, o índice caiu para 54% em leitos de UTI e 31% em leitos clínicos na capital.
Dos 270 leitos de UTI destinados a pacientes Covid da rede da Susam, 143 estavam ocupados nesta quinta. Já dos 939 leitos clínicos Covid disponíveis, somente 286 estavam ocupados, conforme o último balanço da Susam. Nas salas de emergências, dos 65 leitos disponíveis para pacientes com o novo coronavírus, 11 estavam ocupados – 17%.
De acordo com os dados da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), o maior pico de novas internações, em Manaus, foi registrado também no dia 23 de abril, quando o boletim apontou 83 internações de casos confirmados de Covid-19. Desde o início de maio, o boletim da FVS vem demonstrando acentuada queda no número de hospitalizados na capital, acumulando nos últimos sete dias 45 novas internações, em média, seis por dia.
Aumento de leitos
Além da diminuição dos casos graves, a secretária da Susam, Simone Papaiz destaca que a redução da taxa de ocupação também é reflexo do aumento de leitos. O número de leitos para Covid-19 saiu 639 no início da pandemia para 1.274, conforme balanço da Susam desta quinta – um aumento de 99% no quantitativo geral de leitos Covid.
“A Susam trabalhou para promover a expansão da rede de saúde estadual e, assim, conseguir ofertar leitos suficientes para a demanda causada pelo coronavírus. Atuamos na articulação junto ao Governo Federal para a aquisição de respiradores e contratação de pessoal; abrimos em tempo muito curto uma segunda unidade de referência para o tratamento da Covid-19; convocamos profissionais de saúde para reforçar o serviço hospitalar. Ações que vemos refletidas, hoje, nestes números”, afirma a secretária de Estado da Saúde, Simone Papaiz.
O número de UTIs para pacientes com Covid-19 nas unidades estaduais evoluiu de 107, no início da pandemia, para 270 – alta de 152%, conforme último balanço. Enquanto que os leitos clínicos saltaram de 532 para 939, aumento de 76%. Além dos leitos clínicos e de UTI, a Susam ainda conta com 65 leitos em salas de emergência, para a estabilização de pacientes com sintomas respiratórios.
Hospitalizados
Conforme o boletim da FVS divulgado nesta quinta-feira (11/06), entre os casos confirmados de Covid-19 no Amazonas, há 374 pacientes internados, sendo 231 em leitos clínicos (32 na rede privada e 199 na rede pública) e 143 em UTI (43 na rede privada e 100 na rede pública).
Há ainda outros 317 pacientes internados considerados suspeitos e que aguardam a confirmação do diagnóstico. Desses, 213 estão em leitos clínicos (40 na rede privada e 173 na rede pública) e 104 estão em UTI (20 na rede privada e 84 na rede pública).
Interior
De acordo com o último balanço da Secretaria Executiva Adjunta de Atenção Especializada ao Interior (SEA Interior), a taxa ocupação em leitos Covid em Unidades de Cuidados Intermediários (UCIs) é de 21% no interior. Já entre os leitos clínicos a ocupação nesta quinta-feira, 11, era de 26%. Dos 832 leitos clínicos Covid nas unidades da rede estadual no interior, 213 estavam ocupados nessa quinta-feira. Enquanto que entre os 142 leitos de UCIs, 30 estavam ocupados.
A expectativa é que o percentual desta sexta-feira, 12, seja menor e fique em torno dos 15%, conforme o secretário do Interior da Susam, Cássio Espírito Santo. Isso porque, segundo ele, as unidades de saúde reduziram ainda mais o número de internados.
“Fonte Boa tinha três pacientes Covid; em Santo Antônio tinha dois; em Tonantins tinha três, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Tabatinga não tinha nenhum paciente”, disse o secretário.
Cássio esclarece que o percentual de ocupação de leitos no interior durante a pandemia sempre foi baixo em comparação com a capital. “Esse trabalho de baixa ocupação de leitos durante a pandemia do Covid é resultante de uma atenção básica fortalecida, que veio trabalhando nos municípios. Os municípios com seus planos de contingência e com as barreiras, com medicamento na atenção básica tratando de forma precoce, evitando que as pessoas agravem”, concluiu o titular da SEA Interior.
Foto: Aleandra Cruz